É bicho parece que o papa está tentando fazer o que a maioria de nós tenta: se encontrar.

Eu não sei como enxergar o Lenny. É um personagem tão controverso. Atravessa tantos arquétipos diferentes. É o herói, mas também assume facetas de vilão. Protagonista absoluto e antagonista da própria história. Uma "Maria Antonieta" versão Papa, mimado, narcisista, que quer viver de acordo com as próprias vontades, sem nenhum preparo pra ter um poder tão grande em mãos; mas também um beato, um santo no sentido medieval da palavra, um verdadeiro resgate às tradições da Igreja Apostólica Romana, para o bem ou para o mal.
Se nos primeiros episódios essa contradição ambulante me incomodava e me deixava perdida, nesse episódio vejo que é exatamente esse o diferencial da série. Certamente o personagem tem uma conexão forte com uma Força Superior, com um Deus que, ele acreditando ou não, o está utilizando para um propósito maior, o qual somente Ele é conhecedor. Ao menos é isso o que o enredo vem apontando, e estou bastante curiosa pra ver o desenrolar dessa história.
Atuações sensacionais, trilha sonora ótima e, ainda que lenta de forma proposital, uma narrativa sólida.
The Young Pope merece mais crédito e louros do que vem recebendo por um público preguiçoso que prefere tudo mastigadinho.

Qual lugar eu posso rezar em paz? R: Posto Ipiranga

Além das sequências longuíssimas e contemplativas, o que mais adoro na fotografia da série é essa aura em volta das pessoas que o sol dá. É realmente um retrato da divindade da natureza, da luz que não pode ser controlada, quebrada, desregulada.

Jurava que o Santo Padre ia começar uma guerra com aquela irmã lá, e que ele ia salvar toda a água, mas parece que ele fez muito mais do que isso: jogou uma urucubaca e a mulher morreu. Episódio fantástico.