Exibido em: 03-Fev-2013
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Birgitte entende muito bem o papel de um governante... é por demais instigante esse senso de agir pelo bem coletivo e, ao mesmo tempo, procurar se beneficiar politicamente. Ela sempre tenta aliar as duas coisas sem ferir a ética e os seus princípios ideológicos. Sabe que o moralismo deve se distanciar dessas questões sociais, principalmente em temas tão polêmicos e que atingem diretamente a opinião do eleitorado.
Não deixa de me impressionar como há códigos e compromissos éticos no meio de todas essas dissidências políticas. Mesmo as mais ferrenhas oposições tentam se comprometer com os fatos e preferem não fazer uso de manipulações (com as exceções, como vimos em Saltun, principalmente; e com Laugesen, mais diretamente). Talvez por nossa realidade aqui no Brasil ser tão distinta (e essas exceções serem as regras), é empolgante ver algo como o universo de Borgen, claro, guardados os limites entre realidade e ficção. Gosto muito do amadurecimento da relação entre Birgitte e Philip. Eles conseguiram manter uma honestidade e uma cumplicidade que também me impressionam. São muito abertos um com o outro, mas sempre tenho a impressão que algo está para terminar ali... é como se houvesse uma pendência entre eles. Enquanto isso, temos uma relação entre Kasper e Katrine muito truncada. Como é triste não perceber uma saída para Kasper curar suas dores e seu trauma. Quando ele confessa a Katrine suas razões para o fim do casamento, deixando entrever todo um quase desesperado ressentimento, é impossível não se comover, não se solidarizar.
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infelizmente kasper mostrando a realidade da maioria dos homens, onde insistem pra mulher ter filhos e depois "não a enxerga como mãe e amante", ou seja: mais um bosta. pelo menos a katrine ta seguindo em frente agora.
é muito interessante ver o lado da prostituição em um país de primeiro mundo, onde o trabalho em si é legal mas não há direito e proteção pras mulheres. não sei como me sinto em relação a isso porque nossa realidade é muito diferente, com certeza há mais males do que só "minha escolha" no brasil. mas gosto muito como a birgitte vê as coisas como a gláucia comentou aqui, ela não é uma individualista igual 90% do parlamento.
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Discussão excelente a respeito de regulamentação de prostituição, o episódio foi incrível
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O que chama atenção é que a "direita", que são os liberais, são justamente os que não vêm problema em prostituição, já que é um serviço individual. Já a "esquerda" acaba por ser conservadora, já que quer "proteger" as mulheres da prostituição e não aceita que elas possam escolher isso. É interessante como isso de esquerda e direita se confunde, já que muitas vezes os liberais são o oposto dos conservadores, e os progressistas podem ser semelhantes aos moralistas e religiosos em várias questões quando se trata de ditar comportamentos e modo de viver. O legal da série é justamente tentar criar um meio termo, a Birgitt sempre tenta ser sensata. Isso fica claro lá no primeiro episódio em que corre a cristã e o comunista do partido dela (representam os extremos que querem intervir na vida das pessoas).
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Episódio importantíssimo. Mesmo oito anos após ir ao ar, essa discussão a respeito de profissionais do sexo ainda se mantém muito relevante. De maneira geral, o roteiro sobre expô-la muito bem, evitando cair no erro que normalmente se vê por aí e que o episódio justamente critica: achar que toda profissional envolvida com sexo é uma vítima que precisa urgentemente ser salva por pessoas de fora dessa realidade, que julgam compreendê-la melhor do que quem está inserido no meio.
Bem didática e explícita a forma que é abordada como essa noção condescendente de "eu sei mais sobre o que você faz da vida do que você mesma" é mais degradante e humilhante do que o trabalho em si, além de deixar bem claro que a preocupação não é com as prostitutas - afinal, nem se dão ao trabalho de ouvi-las - mas com limpá-las da rua. A verdade é que existem várias realidades por aí, inclusive as negativas, mas que a criminalização, assim como em vários outros assuntos, não é igual a extinção - EUA que o diga. Pelo contrário, marginalizá-las apenas aumenta as chances das envolvidas se tornarem vítimas de algum mau-caráter que as explorará em troca de dinheiro.
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