"he doesn't own your vagina!"
"no! but he's renting it!" peggy ♥

Que cena linda a troca de olhares entre o Pete e a Peggy, cada um em um universo completamente diferente.

Como já foi comentado aqui, Mad Men aprecia muito brincar com os títulos dos episódios e suas tramas, mas nesse episódio em particular teve um gosto agridoce que deixa o espectador com um sentimento melancólico. The Rejected foi um episódio SOBRE os rejeitados, sobre os underdogs e como eles (não) se encaixam nessa sociedade. Além da conta Clearesil ser rejeitada pela SCDP por ser menos valiosa, eles abordam as secretárias que são rejeitadas no lado amoroso por, também, serem menos valiosas aos olhos de terceiros, utilizando pra isso especialmente a Alisson. Mas não só a Alisson é rejeitada, como também Don. Don foi excluído de seu próprio núcleo familiar, trocado por um outro homem e não consegue aceitar a falha de um dos ramos de sua vida mais significativos.
Mas, a pior rejeição de todas e a que deixou uma marca mais gritante no episódio, e profunda, foi a da Peggy e do Peter. Eles rejeitaram um ser humano, o filho deles. Eles rejeitaram a chance de ser algo concreto na vida um do outro. Eles rejeitaram a oportunidade de construírem uma família. Eles rejeitaram o passado deles. E nada transparece mais uma rejeição do que uma aceitação, que no caso veio de Peter com a gravidez da Trudy e da felicidade de se tornar um pai. O olhar dividido entre eles no final foi uma das cenas mais sinceras de Mad Men, e isso sem utilizar sequer uma palavra. Mad Men é uma série tão simbólica, detalhista e minimalista que, se você não parar e analisar o episódio depois que acabar por um bom tempo, você pode perder a grandeza da beleza metafórica que essa série é.

Alguém mais ficou pensando na vida depois daquela cena final ?

"Did you get pears?".

Muito bacana esse episódio. Que engraçada a Peggy espiando o Don depois daquela discussão dele com a secretária. Aliás, Peggy cada episódio se tornando uma personagem mais interessante.

Peter parece que pela primeira vez está se dando bem na vida. E isso afeta o humor do personagem, não é mais aquele babaca chorão da 2ª temporada. Estou começando a gostar dele.

Já o Don está me irritando cada vez mais. É perceptível a agonia dele em estar sozinho depois do divórcio, sem ter a Betty carregando ele nas costas domesticamente falando. Ele não está acostumado com essa rotina nova e na cabeça dele mulheres só existem pra lhe dar prazer e lhe servir. Interessante como a série aborda a mudança da sociedade na época (que diga-se de passagem, continua acontecendo hoje e com muita margem pra melhoria ainda).

Episódio dirigido por John Slattery. Sim, vou elogiar ele, como de costume:
John Slattery >>> all.