The Borgias by

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Episodio 1x2 - Nota 8 2016-02-21 10:41:30

Não acho ingenuidade de César a aliança com Micheletto, assim como não acho que ele confie no assassino plenamente. São relações muito volúveis que se estabelecem naquele contexto, em todos os sentidos, mas o fato é que ele precisa se aliar a alguém e sabe que enquanto estiver pagando bem, terá os serviços do outro. Esperemos que ele não esmoreça na esperteza, que até aqui provou que tem, mais que seu papa, aliás.

Odiado como é, Rodrigo ainda comete esse tipo tão escancarado de deslize, nem cuidando em manter a serva longe, mandando pintar retrato, aproximando-a de sua Casa. Espere um tempo, homem! E Vannozza escandalizando daquele jeito é muita tolice diante de tudo.

Bons diálogos entre Giulia e Lucrecia e foi bom como conseguiram apresentar essa relação quase que naturalmente. Lendo um pouco mais sobre a história que circunda a vida e o impacto do papado entre os Bórgia, percebe-se como alguns fatores que causam certo estranhamento hoje poderiam ser considerados com mais naturalidade na época. As contradições nas narrativas são muitas e a série tende a incorporar os escândalos, mas conseguiu montar um bom início :3

Episodio 1x3 - Nota 8 2016-02-21 16:40:35

Falou-se em Djem, ele apareceu, fez amizade com os Borgias, encantou e foi encantado por Lucrecia, conspirou-se contra ele e foi assassinado num episódio só. As coisas não deviam ser construídas tão depressa na série, mesmo porque seria interessante acompanhar essa relação do "mouro" acolhido pela família do papa por mais um ou dois episódios.

O irmão de Cesare é muito imaturo, do tipo volúvel até, ansioso por se provar ao pai, sem conseguir ponderar nada por si só. É até provável que ele comprometa os sucessos dos Borgias, principalmente com a liderança de Cesare.

Episodio 1x4 - Nota 8 2016-02-21 16:52:44

Levar a amante e ficar de chamego com ela pode, mas levar a plebeia mãe dos filhos é demais para uma sociedade que desprezava qualquer linhagem que fugisse do "sangue nobre".

Quando Maquiavel aparece no meio de todas aquelas negociatas, ilustra bem o papel dele e de outros como ele entre os homens de poder na Europa, inclusive nos diálogos com o alto clero (falando nisso, quantos pontos pra Della Rovere por ter escapado mais uma vez? Toda a montagem do esquema dele lembra muito os protestantes que são tão anunciados nas entrelinhas). Assim como a apresentação do índio (aliás, péssima representação) serviu para contextualizar todo o processo da aliança entre o papado e a exploração da América.

O significado do casamento e o processo que o envolveu foi bem representado, plot temperado com a cena em que Cesare e Rodrigo arrumam os lugares do casamento como se estivessem montando uma estratégia de guerra.

No mais, prevejo um Sforza cuspindo sangue :v

Episodio 1x7 - Nota 8.5 2016-02-26 10:58:28

A cena entre Farnese e os Sforza ilustrou bem como as mulheres teciam suas agências em um contexto tão centralizado no poder dos homens. Lembra um pouco Rome nesse sentido. Mesmo assim, essa história de fugir com Lucrecia dá uma apreensão danada.

Não sei porque Rodrigo ainda insiste em atribuir a liderança militar a Juan, que só se mostra passional e limitado.

Eu simplesmente tenho adorado a representação de Maquiavel até aqui. Atento, perspicaz, honrado e, claro, destila ironia quando desafia os homens de muitas armas, demasiada ambição e pouca lucidez.

Episodio 1x7 - Nota 8.5 2016-02-26 11:05:22

Acho lugar-comum mesmo essa história da gravidez e tudo o mais. Mas sobre a água e certas inocências de Lucrécia até entendo. Ela realmente é infantil ainda, criada com certas proteções, sem muito senso dessa realidade política. Acho que isso é algo que Farnese vê nela, por exemplo. Uma castidade romântica naqueles tempos tão "maquiavélicos" (perdoe a referência infame, ahaha).

Episodio 1x8 - Nota 8.5 2016-02-27 13:12:14

Lucrecia vem crescendo bastante na série e os tempos retratados podem ter que fazê-la amadurecer mais rápido do que seu próprio ritmo gostaria. Sua estratégia garantiu a suspensão da batalha e possivelmente conseguirá a manutenção de Rodrigo no papado, no passo em que ela abraça com cada vez mais afinco sua identidade Bórgia.

Nenhuma surpresa sobre Juan, mas o principal culpado por aquela retirada é Rodrigo, que insistiu em passar o comando pra um filho despreparado, vaidoso e iludido diante de sua própria posição. Ver Lucrecia remediando isso é uma consequência dos argumentos que vão sendo construídos em torno da perspicácia feminina na série.

Ainda assim essa fuga de Sforza, saírem sozinhas em meio às estradas que eventualmente seriam frequentadas pelas tropas francesas, caírem nas mãos de Charles, encantarem um rei disposto à guerra com a beleza não ficou muito convincente, diante de toda a adequação conveniente nesse contexto. Apesar disso, o convencimento a Charles, na medida em que foi feito, não causou tanto estranhamento porque a personalidade dele, de vaidade, carência e uma arrogância por ter um exército daquele nível, que já lhe tinha cegado para riscos, por exemplo, foi apresentada, em pequenas doses. Maior exemplo é o evento com Maquiavel no episódio passado.

Por fim, eu sempre espero mais de Rodrigo, mais perspicácia, embora não se possa negar que seja corajoso, como destacou o franciscano.

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