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My So-Called Life By LucaSP





Episodio 1x1 - Nota 8 2020-10-04 00:36:38

Há um certo clima melancólico que não envelheceu tão bem, soando exagerado em determinados momentos. Em algumas cenas pesaram tanto a mão que elas acabaram ficando muito artificialmente dramáticas, com direito até a Everybody Hurts tocando de fundo em uma. Curiosamente, isso acaba sendo um perfeito retrato da fase da adolescência onde se tende a ver qualquer problema com um ar muito mais dramático do que eles realmente são.

Entretanto, as críticas ao episódio se limitam a isso. Os diálogos estão milhas a frente de qualquer outra série teen dos anos 90 - e dos anos 2000 também diga-se de passagem. Aquele que a protagonista explica porque ela via Anne Frank como alguém sortuda para o policial foi excelente, desfazendo a imagem de fútil que ela quis deixar na frente dos seus colegas e mostrando alguém com questionamentos bem existenciais. Interessante essa visão que ela tem que alguém que estava presa pode ser encarada como livre, afinal não tem mais o que fingir perante as outras pessoas - o que reflete muito a situação da própria Angela, presa em ser alguém que ela não é.

Episodio 1x5 - Nota 9 2020-10-05 00:00:08

Pessoas são realmente complicadas. Especialmente na adolescência, todas buscam, em algum grau, ter a atenção dos demais, mas nenhuma sabe lidar exatamente quando isso enfim acontece, em parte porque poucas acabam sendo vistas por aquilo que elas querem ser reconhecidas. A aparência, o jeito de se vestir, a forma de se expressar, tudo de mais superficial acaba ganhando muita mais importância do que realmente deveria, chegando a uma situação que nos vemos presos em um pesadelo onde, de uma hora para outra, sofremos uma metamorfose perante os outros, mesmos seguindo idênticos em nosso olhar.

Esse episódio inteiro foi sobre esses desconfortos da adolescência. Uns são vistos como diferentes demais, outros como esquisitos demais, outros objetificados demais e todos acabam se colocando em uma prisão que os escondem do resto do mundo, pois acaba sendo mais confortavel desaparecer. Esse plot da lista reflete muito bem isso. Quem está dentro, só queria estar fora. Quem está fora, queria estar dentro. No fim, ninguém está satisfeito - além de quem fez as avaliações. Queremos atenção, mas pelo que somos, não pelo que parecemos.

Episódio excelente, atemporal e com um final extremamente bonito, que, mais do que algum desfecho clichê sobre autoaceitação, traz uma bela mensagem do que o que realmente deveria ser valorizado no ser humano - a complexidade de cada um.

Episodio 1x6 - Nota 8.5 2020-10-05 21:48:30

Uma coisa que eu gosto bastante na série é que as personagens soam reais. Entre erros e acerto, não há uma idealização de figuras perfeitas. Isso também se aplica para as situações que o roteiro apresenta, que nem sempre tem uma solução na forma que as personagens querem.

Essa história de professor inspirando os alunos poderia ter sido apenas mais do mesmo, mas o roteiro deu um toque bem interessante a partir do momento que revela que ele abandonou a família, justamente o tratando como uma pessoa comum, não como um ideal a ser seguido. Mais interessante que isso é ver que nem o nome da Angela ele lembrou, o que mostra bem que nem sempre causamos uma marca em outras pessoas, ainda que estas causem na gente. Ainda assim, mesmo desiludida, a protagonista foi fiel a seus princípios e seguiu o que acreditava até o fim, apenas para acordar e perceber que, na vida real, nada termina como se idealiza.

Episodio 1x8 - Nota 9 2020-10-06 13:52:59

Há três coisas que esse episódio trabalha muito bem. A primeira, que é o foco do plot dos pais da Angela, é sobre a fragilidade da vida humana, sobre encarar a própria mortalidade e perceber que a qualquer momento algo pode acontecer e alguém que gostamos não estar mais ali - ou quem sabe até nós mesmos. A segunda, foco do plot envolvendo Sharon e Angela, é sobre mudanças e como mesmo pessoas inseparáveis podem acabar seguindo rumos diferentes na vida. A terceira, que foi a que mais me chamou a atenção, é como o ser humano tem dificuldade em compadecer com a dor do outro.

Sharon passa o episódio em busca de alguém que a dê apoio nessa situação, apenas para se ver passando por isso praticamente sozinha. Kyle some. Angela não sabe como está a amizade entre elas e prefere se manter afastada. Patty está mais preocupada com Graham e este com as próprias reflexões. Brian está ali, mas ao mesmo tempo não sabe como estar. A grande questão que fica é como é difícil as pessoas terem empatia para uma situação que elas desconhecem.

Episodio 1x11 - Nota 8.5 2020-10-06 22:23:21

Eu acho que sou um dos poucos que não desgosta de Brian. Ele é socialmente desajustado, não sabe muito bem o que falar e quando falar e soa incrivelmente real. Acho que My So-Called Life é a única série teen que eu já vi que dá para criar empatia com todas as personagens. Todas parecem orgânicas, de carne e osso, e não há nenhuma que é apenas uma caricatura para preencher cotas de drama adolescente - a vilã bitch, o esportista que não sabe o que fazer da vida e por aí vai.

Gosto como esse episódio soube trabalhar um ciclo de paixões não correspondidas, com Delia, Brian, Angela e Jordan. É interessante como a vida tem dessas de gostar de alguém que só tem olhos para outra pessoa. E, assim como acho que a protagonista não deve dar uma chance para Brian apenas porque ele é legal com ela, penso o mesmo em relação a ele e Delia. Ninguém merece ser estepe de outra pessoa.

O sup-plot de Ricky não se sentindo pertencente serviu como uma luva nesse episódio, afinal a vida de Brian é justamente ele não conseguindo se encaixar. A dança ao som de "What Is Love?" foi sensacional e perfeita para finalizar ambas as tramas, especialmente porque a música fala exatamente "I give you my love, but you don't care" - e não por menos, nem Brian, nem Angela, foram dançá-la.

Episodio 1x15 - Nota 9.5 2020-10-07 00:40:44

Sim, o elemento religioso foi bem presente no episódio, entretanto é justamente ele que faz "So-Called Angels" um tapa na cara genial. É necessário olhar esse episódio por um ângulo específico: o do público que ele foi destinado - vulgo as famílias estadunidenses - e entender porque esse episódio é extremamente ousado.

Qual o maior empecilho para a aceitação de LGBTs perante suas famílias? O que está quase sempre por trás deles acabarem expulsos de casa?
Religião.

O que essas famílias, que prezam tanto pela própria fé, fazem quando chega o Natal?
Montam uma árvore, trocam presentes, preparam a ceia, talvez passam pela igreja e comemoram o feriado como uma típica família tradicional.

O que elas veem quando ligam a TV?
Algum especial natalino, que geralmente traz alguma mensagem sobre amor ao próximo ou sobre importância da família.

O que essas mesmas famílias viram nesse específico episódio natalino?
Vários exemplos de lares desunidos e disfuncionais - Brian, Jordan, Rickie -, com um onde o filho acaba agredido e expulso de casa. Não só isso, a religião - aquilo que normalmente é usado para sustentar esses pensamentos retrógrados - sendo mostrada como um lugar que as pessoas encontram acolhimento e não exclusão.

Gosto muito do tom sutil do roteiro. Acho que o episódio nem teria ido ao ar se fosse diferente. A minha única crítica foi terem incluindo esse sub-plot entre Angela e a mãe, relacionando a personagem criada para representar um anjo com a protagonista e não com Rickie, desviando o foco do episódio para uma discussão entre pais e filhos. Porém, entendo que certos pais só se questionariam se se colocassem na situação de Patty. Como eu disse em um comentário anterior, as pessoas possuem dificuldade de se colocarem no lugar e se compadecerem com a dor dos outros se não a experimentaram. Esse episódio compreende muito isso.

Episodio 1x18 - Nota 8.5 2020-10-07 23:20:36

Esse episódio me lembrou muito algo que Dawnson's Creek costumava fazer. Quando duas ou mais personagens se desentendiam, a série as colocava presas em algum lugar, isoladas, até conversarem e se entenderem. Pelo visto, era uma abordagem comum nas séries antigamente e, aqui, levaram o "presas" bem ao pé da letra.

Apesar desse toque dramático, esse episódio foi repleto de alívios cômicos. Brian sendo flagrado desalgemando Rayanne enquanto os demais assistiam à cena foi hilário. É interessante ver como deixaram o tom um tanto melancólico da série para trás, provavelmente buscando conquistar mais público nesses últimos episódios. Até as tramas envolvendo traição me parecem algo mais tradicional de séries teens que outras que a série investiu até o momento. Ainda assim, a essência das personagens e dos diálogos permanece a mesma, apenas mostrando um lado mais divertido.


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LucaSP

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