Lodge 49 by

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Episodio 1x1 - Nota 9 2018-11-23 14:07:37

Dud vai se tornando cada vez mais carismático com o passar do episódio e na medida em que conhecemos como ele acabou abandonado de toda sorte, como se dá a entender num primeiro momento. Me surpreendeu a informação de que todas as suas perdas foram recentes e que todo esse desequilíbrio não partiu de irresponsabilidades ou descompromissos às vezes tão típicos de figuras como a que nos é apresentada: bêbado, cheio de dívidas, sem nada. Com essa provocação aos preconceitos e aos estereótipos que tantos de nós sustentamos, a série consegue inserir questionamentos ao status quo, com essa dose de mistério e essa paquera com o mágico, em uma história que parece despretensiosa, mas acaba revelando mais do que prometeu. Era a história de um homem totalmente desorientado e de repente aparece a referência à organização socioeconômica indígena pré-colombiana, a origem mítica - com direito a referência a um "monstro" que persegue um herói - de uma ordem caricatural, à possível revelação de um eleito, agouros e destinos. Espero que a história não se perca, mas tem margem para ser memorável, por ela mesma e pelos personagens que se apresentaram de modo bem carismático como um todo. Num espaço decadente, cidade e ordem, onde o estado de bem-estar social não é definitivamente para todos - nem a associação ao Lodge que custa 2000 dólares -, resta a esse ar onírico (o que é reforçado pela fotografia) despejar um pouco de ânimo aos desesperados por um rumo e por um legado - um relógio ou uma foto na parede.

Episodio 1x2 - Nota 8 2018-11-23 15:33:39

Essa visita do emissário de Londres deve contar a história dos Lodges e resgatar algo dessa origem que definitivamente ninguém parece ao certo conhecer para além de conceitos e histórias genéricas. Gosto de como tudo vai se contando entre a ironia, de modo quase metafórico, como anunciava o referido "fundador alquimista" da fraternidade e esse drama da ausência do pai e do desequilíbrio dos filhos que nele orbitavam. O peso maior para Liz é evidente, visto ter sido dela a responsabilização para o pagamento da dívida. E é impressionante como Sean, apesar de botar ali uma notinha perdida, parece não se sentir responsável, pra ajudar a pagar a conta que era do pai e não da irmã, que também perdeu tudo, afinal, e tem seus momentos de tristeza profunda, embora se veja chamada, como ela mesma disse, a se comportar como uma adulta. Bem ou mal, o irmão é ainda sua companhia. E é triste ver os dois sozinhos no sofá quando os flashbacks lembram a alegria de quando o espaço do meio era preenchido. Entre isso tudo, outra ausência, a da mãe, chama atenção. A primeira coisa que me veio à mente é que ela pode ter morrido no parto e por isso Liz teria essa aversão a bebês ou se sinta estranhamente acolhida na geladeira, em posição fetal. No mais, vamos ver o que essa viagem de Larry e o acesso livre de Sean ao Lodge trarão.

Episodio 1x3 - Nota 8.5 2018-11-23 17:15:58

“Eu estou em dois empregos agora e sonho com os dois. É uma característica básica do capitalismo. Você não pode relaxar nem nos finais de semana."

"Incontáveis céus, incontáveis sóis, como disse Bruno. Até que o Papa o queimou vivo por heresia."

Impressionante o que convicção pode fazer a uma pessoa (para o bem ou para o mal) que se desiludiu por algum tempo e de repente encontra um rumo para a vida, por mais fantasioso e inconsequente que pareça. Nesse caso, a "revelação" e os escritos sobre alquimia serviram a Sean, ao mesmo tempo em que o ridicularizam diante de seus "confrades" e das outras pessoas num geral. Fico curiosa sobre os caminhos que a série tomará pra falar de eventos como a "ressurreição" do rato e as visões de Connie, somados à revelação do corpo.

Episodio 1x4 - Nota 8.5 2018-11-23 19:26:46

Liz recordando um momento de descontração quando o pai a procurou e agora possivelmente vendo no gesto apenas interesse pela parceria dela no empréstimo é triste e acaba tirando dela significados que Sean ainda guarda sem máculas. É tão forte que ela acabou resumindo sua vida ao trabalho e suas amizades àquele círculo, enquanto o irmão transita sem maiores compromissos e agora parece escolhido por alguma fraternidade maluca. Engraçado como as circunstâncias atingem as pessoas de modos tão diferentes, levantam preocupações e responsabilizações tão distintas. Ainda assim, tudo parece inequivocamente ligado, como uma teia não necessariamente mística e que tanta gente tentou compreender, de um modo ou de outro, inclusive bebendo veneno. Enquanto isso, essa grande e misteriosa corporação serve para lembrar que tudo está à venda e rende lucro, inclusive esses caminhos e "novos modos de viver". Vamos ver no que dá.

Episodio 1x5 - Nota 8 2018-11-23 21:02:51

Esse confronto entre Liz e Sean era esperado e o desabafo dela devia tê-lo atingido mais. É bastante injusta essa acusação de que só pensa em dinheiro quando ele vive debaixo do teto pago por ela e é socorrido pela irmã (endividada pela inconsequência e/ou desespero do pai que ele idolatra) a cada aperto.

Esse caso mal resolvido de Connie e Ernie tá bem chatinho. É evidente que ela não quer ter outras preocupações, principalmente agora que suas visões ficaram mais recorrentes.

Episodio 1x6 - Nota 8.5 2018-11-23 22:30:49

Nature boy

There was a boy, a very strange enchanted boy
They say he'd wandered very far, very far
Over land and sea.
A little shy, and sad of eye; but very wise was he.

And then one day... a magic day he passed my way
And while we spoke of many things, fools and kings
This he said to me
"The greatest thing you'll ever learn
Is just to love and be loved in return."

Que bonita a passagem de Larry, defronte a casa de passarinho escrita Lodge 49, com o amigo que o ajudaria a seguir sua intuição ou o que ele imaginava ver e sentir, tão longe em relação aos outros, como diz a música.

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