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Doctor Who (1963) By Felipe Alves





Episodio 1x4 - Nota 8.5 2018-06-12 13:45:21

Começando a série clássica aqui pelo primeiro Arco, An Unearthly Child.

É inevitável para mim não desenhar comparações com Star Trek, lançado na mesma época e com uma premissa também de ficção científica, e admito que apesar de tecnicamente inferior e muito provavelmente com um orçamento pífio em comparação, Doctor Who me surpreendeu positivamente. As atuações, como comum dos ingleses, são muito sólidas, nada parece encenado ou fake (apesar dos berros da Susan, é algo que faz sentido na personagem), até mesmo a fisicalidade da luta entre os dois homens da caverna foi muito bem encenada para a época. (é só ver as lutas de ST) O roteiro também é surpreendentemente sólido, apesar de a trama ser inevitavelmente arrastada (afinal, são mais de 80min na mesma história), ela ganha um certo dinamismo por essa divisão em arcos de 4 episódio.

Sobre o episódio em si, é muito legal ver algumas coisas "nascendo", o barulhinho da viagem no tempo, a Susan dizendo que nomeou a TARDIS, "John Smith and the Common Men", a ideia genial (graças a falta de orçamento) do chameleon circuit dando pau e ficando fixo como uma cabine policial, etc. Assuntos sócio-políticos e da natureza humana, que tanto se farão presentes nos próximos 55 anos da série (and counting...) também já apareciam de forma sutil aqui. O surpreendente é ver o Doctor e os humanos em posições invertidas (em relação a nova série de 2005). São Ian e Barbara (professores, vale notar) a melhor compreender e tentar ensinar as pessoas da caverna ideais de bondade, democracia e coletividade. O episódio também trata sobre disputas de poder, e o advento e risco/consequência de uma nova tecnologia (aqui, o fogo), numa época de guerras em que estavam sendo tomadas medidas para limitar a proliferação de armas nucleares para outros países.

Vale notar também esse Doutor. Eu já adorei o First Doctor, ele já tinha desde lá o princípio algumas características marcantes do futuro: é uma figura misteriosa, levemente excêntrica, com aquele toque de cientista louco. Para alguém que se acostumou com o Ninth, Tenth e Eleventh, é interessante ver o Doctor velho, ranzinza e meio rabugento. Aqui no primeiro Arco ele se mostra muito diferente do que eu esperaria, terrivelmente vaidoso e desconfiado, notavelmente egocêntrico e com uma moral bastante duvidosa, disposto até mesmo a matar. Admito que tem algo de assustador sobre ele. Vai ser muito interessante ver esse Doctor antes da Time War e a personalidade dele evoluir para o Doctor que estamos habituados.

Episodio 1x11 - Nota 9 2018-06-14 00:21:07

O Arco 2, The Daleks, sofre do mesmo problema de ritmo do anterior, aqui acentuado por dois episódio que pouco acrescentam a narrativa. (The Expedition e The Ordeal) Ainda assim, tem uma trama ainda melhor e rende bons episódios, além de muitos frutos para o futuro.

É a introdução dos Daleks, que futuramente se tornarão os maiores inimigos do Doctor e já nessa primeira aparição muito é dito sobre a origem deles que eu desconhecia. É bastante criativa toda a situação do planeta Skaro, a relação dos Dals e dos Thals e a guerra que originou os vilões. Eu achei muito legal a ideia de a Guerra Neutrônica ter transformado as duas civilizações, os pacíficos e escolásticos Dals se adaptaram e se excluíram para sobreviver à radiação, mas o passar do tempo e essas escolhas afetaram a natureza deles ao ponto de já serem (quase) as frias máquinas de extermínio que vão se tornar no futuro. Já os guerreiros Thals resistiram a atmosfera contaminada pela radiação e fizeram o caminho inverso, virando um povo que evita a luta e a guerra desnecessária.

Outro fator que aqui achei bem melhor do que no arco anterior foi o próprio Doctor, que já começa a ganhar meu coração. O First ganhou mais personalidade, apesar de eu ainda achar que ele aparece e participa pouco em relação aos companions. É engraçado eu por vezes ver no Ian as atitudes que eu normalmente (como alguém habituado com os novos Doctors) esperaria dele, mas é isso que eu mais espero ver na série clássica: as pessoas que o rodeiam, aventuras e situações moldando o Doutor para ele se tornar o ̶m̶a̶d̶ ̶m̶a̶n̶ ̶w̶i̶t̶h̶ ̶a̶ ̶b̶o̶x̶ pacifista que eu conheci. Ainda assim ele já demonstrou aquela habitual curiosidade pelo novo, além de ter tido bons momentos, ter se mostrado mais """"humano"""" e, por fim, mandado aquela frase magnífica que diz muito sobre o personagem, seja em 1964 ou em 2018:

"You wanted advice you said. I never give it. Never. But I might just say this to you. Always search for truth. My truth is in the stars and yours is here."


Episodio 1x13 - Nota 8.5 2018-06-15 00:58:04

Como já dito nos outros comentários, esse terceiro Arco, — The Edge of Destruction, — foi concebido como um "filler" em caso da série não ser renovada além do previsto na época. O clássico bottle episode.

As limitações, porém, comumente afloram a criatividade. A trama geral do arco (apesar de criar uma atmosfera interessante) é bastante confusa e até mal resolvida, mas esses episódios mais baratos e íntimos ganham no desenvolvimento dos personagens. O destaque aqui ficam para três deles:
1º - O Doctor: é utilizado o conflito e a desconfiança entre os passageiros como o centro da história, mas ao final dos dois episódios é possível notar que o Doutor está começando a simpatizar mais com os Companions humanos. Ele foi capaz até mesmo de deixar o orgulho de lado e reconhecer a ajuda da Barbara.
2º - Barbara: é ela que salva o dia, e a relação dela com o Doctor que permeia essa história que é tão character-driven. Aquele diálogo dos dois ao final é ótimo, e já começa a apresentar uma pequena transformação na relação entre os passageiros da TARDIS.
3º - TARDIS: A única companion que nunca vai deixar o Doctor começa a mostrar sinais de personalidade. Nunca imaginei que tão cedo já iam mostrar que ela tem algum tipo de auto-consciência.

É inferior ao arco anterior (The Daleks), mas sabe aproveitar suas limitações e personagens, e até pelo número curto de episódios não se permite ficar enfadonho.

Episodio 1x20 - Nota 9.5 2018-06-16 22:02:28

Nossa, eu achei esse Arco 4 (Marco Polo) maravilhoso! É óbvio que o fato de ser uma reconstituição (ótima, por sinal) tira um pouco do brilho, e realmente é um pouco inchado no número de episódios, mas não tanto quanto o Arco 2, — os fillers aqui não parecerem estar lá para "encher" o arco simplesmente, mas sim uma progressão natural da história que acrescentaram e/ou tornaram a narrativa mais rica.

No quesito que para mim é o mais importante, roteiro, esse arco dá um show em comparação à todos anteriores. Talvez pelo momento histórico ou pela presença de Marco Polo e Kublai Khan, a trama me cativou desde o início. Também vi o arco todo em dois dias, e foi o que menos achei maçante. Adorei as narrações em forma do diário do próprio Marco Polo.

Os episódios também trazem reflexões válidas sobre o medo do desconhecido, o perigo do pensamento de guerra (MUITO importante para futuras encarnações do Doutor) e o preconceito contra outras culturas. Uma grande pena os episódios terem sido perdidos, porque parece ter sido uma produção sensacional para a época: figurinos, ambientação, cenários... tinha até um macaquinho! Foi uma surpreendente recriação de uma sociedade histórica ao invés de uma coleção estereotipada de uma só raça, além de ótimas menções culturais como a história do haxixe. Enfim, a finalização do arco podia ter sido trabalhada com mais calma, mas pra mim foi o melhor até aqui, mesmo se tratando de uma reconstituição.


Episodio 1x26 - Nota 9 2018-06-17 18:48:49

Arco 5, The Keys of Marinus.

Mais uma ótima história, apesar de alguns tropeços. Me conquistou automaticamente essa estrutura de episódios com a dinâmica fragmentada em estilo de RPG: uma party é montada para embarcar em "mini-aventuras" e desbravar lugares desconhecidos na busca de coletar artefatos específicos. O MacGuffin aqui, para mim, funcionou perfeitamente. Muito legal a aventura deles atrás das chaves.

É muito válido pontuar a personagem da Barbara, ainda mais para a época em que foi exibido, ela foi mais uma vez decisiva para o grupo e é até aqui a personagem mais bem desenvolvida. Como ponto negativo, porém, fica a ausência do Doctor em 2 dos 6 episódios. Ao menos ele teve momentos de grandeza no final, em especial no episódio do julgamento, mas ainda espero participações maiores desse First Doctor nas soluções dos episódios.

A constante mudança de cenários e personagens fez o Arco ter alguns momentos de transição bastante esquisito, e o roteiro apesar de bastante inventivo por vezes criou tantos elementos diferentes que encontrava dificuldades em solucioná-los. Apesar de a situação do tribunal e o mistério ter funcionado muito bem, não posso dizer o mesmo dos Voord, faltou contexto e carisma aos vilões principais. Mas, no geral, achei esse arco bastante divertido e com um final ao mesmo tempo satisfatório e criativo.




Episodio 1x30 - Nota 9 2018-06-20 19:32:31

Arco 6, The Aztecs.

Ainda não achei nenhum arco ruim. Esse arco introduziu pelo menos dois conceitos que viriam a ser muitos presentes no futuro da série: interesses românticos envolvendo o Doutor e os possíveis problemas de se alterar o curso da história. (Me lembrou bastante The Fires of Pompeii, do Tenth)

É engraçado que, na série nova, os episódios no passado são os que menos me empolgam, mas na clássica são os que mais tenho gostado. Adorei Marco Polo e esse não fica muito atrás, é até melhor em alguns pontos óbvios, como o ritmo e o vilão. Tlotox é o primeiro vilão completamente odiável (Apesar de Tegana chegar perto) de Doctor Who, e o primeiro a "se dar bem" no final, e já nessa primeira temporada é notável o quanto o ser humano tem potencial para serem as piores ou as melhores pessoas no Universo.

O Doctor cada vez mais se torna o personagem carismático que conhecemos, foi muito boa a relação dele com a Cameca e a forma em que ele participou ativamente das soluções. O arco da Barbara com o Autloc também foi muito bom, ela é uma personagem com muita personalidade, e é curioso o arco desse asteca: no final das contas, o Tlotox estava realmente certo, a 'Yetaxa' era uma falsa deusa que enganava a todos.

"You can't rewrite history! Not one line!"

Episodio 1x36 - Nota 9 2018-06-21 19:56:36

O Arco 7, The Sensorites, é provavelmente o com mais questões sociais dessa primeira temporada, com um forte viés político e antropológico.

A ideia do Peter R. Newman era escrever uma história inspirada pela Segunda Guerra, explorando a noção de soldados que continuavam a lutar mesmo após o fim dela. A história mostra que há sentimentos negativos de ambos os lados: a ambição humana passando dos limites e o sentimento de xenofobia que beira o ódio de uma parcela dos Sensorites. É curioso notar que, assim como a Barbara estava de fato enganando os astecas no arco passado, a desconfiança dos sensorites não era injustificada, apesar de extrema, eram realmente os humanos que estavam infectando a água. Mas assim como há o lado ruim de ambos os lados, o mesmo acontece com o bem: entre o Doctor e o First Elder há um grande entendimento, mostrando que além do potencial para se destruírem, existe também um potencial para a diplomacia. Enfim, todo esse lado crítico é muito bem construído.

Já sobre os personagens, o Doctor vem numa crescente constante, cada vez mais ativo e se mostrando a mente brilhante que é. ("I don't make threats. But I do keep promises. And I promise you I shall cause you more trouble than you bargained for if you don't return my property!") O destaque do arco, porém, fica com a Susan. É a primeira vez que ela se mostra uma verdadeira companion, não só pelas habilidades telepáticas demonstradas, mas por um arco emocional coeso ao invés de se limitar a momentos de desespero. Ela demonstra que está amadurecendo, sendo capaz de ajudar e até mesmo se rebelar pelo que acredita, espero que mantenham o desenvolvimento dela. Legal notar a descrição que a Susan dá sobre Gallifrey, que mais tarde o Tenth descreve quase igualmente para a Martha em Gridlock.

O vilão desse arco afinal não eram os Sensorites ou os humanos, mas o medo. O Doctor e os seus Companions, porém, representam a coragem e o respeito com o desconhecido. Aqueles que escolhem trabalhar juntos ao invés de contra. Aproximar ao invés de afastar.

Episodio 1x42 - Nota 9 2018-06-26 01:43:40

Um arco sólido para fechar uma temporada igualmente sólida. Houveram momentos em que as tramas se arrastaram um pouco demais, sim, mas ainda assim não consegui desgostar de nenhuma das histórias. Mas falando sobre Arco 8 e final da temporada, The Reign of Terror: nos vemos no meio da Revolução Francesa, que é o período favorito do Primeiro Doutor na História (Allons-y! It's french for 'let's go'") e um dos meus períodos favoritos também. Já é de se agradecer pelas animações dos episódios perdidos, que ficaram ótimas.

A história já começa e mal nos dá tempo de pensar, logo nos apresentando a pavorosa crueldade e paranoia generalizada daquela época, com a morte dos dois franceses dentro da casa e o rápido julgamento (em meio a risadas) dos companions a guilhotina. Seria fácil para o roteiro cair num maniqueísmo barato de mocinhos rebeldes x vilões poderosos, e o chega muito perto, mas Dennis Spooner não permite que isso aconteça totalmente. A trama é cheia de intrigas e mostra alguma defesa de todos os lados. Muito interessante o que a Barbara disse sobre a forma ingênua do Ian pensar sobre as facções que disputavam o poder:

"'The Revolution isn't all bad, and neither are the people who support it... You check your history books, Ian, before you decide what people deserve.'"

O Doctor estava maravilhoso, me assustei com a atitude dele com o Ian no final do arco anterior, mas a série contornou bem. Cabeça dura, teimoso, orgulhoso, genial, engenhoso e afetuoso, já não tenho mais nenhuma desconfiança quanto ao First Doctor. Adorei a forma como ele enfrentou o homem no campo e foi maravilhoso todo os planos, enganações e disfarces (e vale elogiar o figurino também incrível de todos os personagens) dele no decorrer dos episódios. Apesar de entender as críticas à época, não dou a mínima para qualquer inexatidão histórica, adorei a aparição de Napoleão e o desfecho da história. É uma pena que a série nova não se proponha da mesma forma, ou se proponha muito pouco, a criação de histórias com esse caráter histórico-educacional.

Considerando tudo, The Reign of Terror encerrou a primeira temporada numa nota positiva.

"Our lives are important — at least to us — and as we see, so we learn... Our destiny is in the stars, so let's go and search for it."

Episodio 2x3 - Nota 9 2018-06-26 02:13:03

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaah, que arco criativo e bem executado.

Planet of Giants (Arco 9) tem seus defeitos, sim, mas é inegável o quanto a ideia foi fantástica e tecnicamente muito bem feita. Dentre os pontos positivos, além de toda a bela execução e set design do "Planeta de Gigantes", foi a forma como a história se resolvia com os personagens utilizando inteligência e criatividade para enfrentar os problemas. Em algum momento estranhei a forma em que eles enrolavam quando voltar para a TARDIS não parecia tão-complicado-assim, mas as situações foram em geral muito bem pensadas.

O que atrapalhou o arco foi justamente essa re-edição de última hora, que condensou os originalmente 4 episódios em 3 e, muito provavelmente, mais atrapalhou do que ajudou. Toda a parte do Planeta de Gigantes é muito atrativa, mas não se pode dizer o mesmo do plot do assassinato. Ele começa interessante, há ali um subtexto interessante sobre ambição e até toca num aspecto ecológico, mas os poucos episódios obrigam a trama a pegar atalhos e a resolução acaba bastante apressada. No final das contas a subtrama do assassinato ficou em segundo plano e tudo que importou foi eles conseguirem voltar a TARDIS, com o maior defeito do arco sendo a falta de mais um episódio.

Sobre os personagens, gostei muito de notar o Doctor se desculpando com a Barbara e admitindo que por vezes perde a cabeça quando sobre pressão. (O que vemos até em encarnações mais novas)

Planet of Giants cativa de cara pela criatividade e set designs muito bem feitos, além dos personagens principais sempre ótimos, mas tinha potencial para ser ainda melhor se não tivesse sofrido interferências.

Episodio 2x9 - Nota 8.5 2019-03-05 23:03:41

Arco 10, The Dalek Invasion of Earth.

Apesar de não ter particularmente me cativado do modo que (aparentemente) cativa a tantos, é inegável a importância desse arco para Doctor Who. Não atoa, 55 anos depois, os eventos nele narrados ainda se repetem, na guerra interminável entre o Doctor e os Daleks pelo planeta Terra.

Além da primeira investida dos Daleks ao nosso planeta, – em um criativo plano para a época envolvendo alcançar o núcleo da Terra para pilotá-la através do espaço, – esse arco também representa a primeira despedida de uma companion.

Achei que faltou um pouco de ritmo a história, e o primeiro episódio foi tão bom que os seguintes não conseguiram manter a expectativa. Ainda assim, é notável mais do que nunca aqui a mudança de caracterização do Doutor, em comparação com boa parte da temporada anterior, que ecoaria por várias de suas encarnações futuras, além do final que, apesar de rápido, conseguiu ser emocional para uma personagem que tinha muito mais potencial do que o explorado. E foi por isso, pelo que sei, que a atriz pediu para sair.

Episodio 2x11 - Nota 8.5 2019-03-11 02:32:16

Arco 11, The Rescue.

Apesar de ser um arco com vários buracos e bastante curto, resolvido num plot twist apressado e provavelmente ainda menos convincente hoje do que já era em 1965 (mas com um ótimo diálogo que o revela), The Rescue se destaca pela atenção especial dada aos seus personagens.

Paulatinamente já notável nos arcos anteriores, a persona do Doctor é cada vez mais leve e paternal, encontrando talvez definitivamente o cerne do personagem que vinha sido testado desde o primeiro arco. O antes frágil e intransigente velho rabugento agora é um vovô bem humorado, ativo e afetuoso. Ian e Barbara também continuam a ter seus momentos de heroísmo e voz dentro da TARDIS, com as interações do trio sendo completamente naturais, mas é a Vicki que rouba o mini-arco. Pode ser que, a princípio, ela seja apenas uma substituição ainda bastante próxima (e menos escandalosa) da Susan, com a mesma inocência e relação paternal com o Doctor, mas ela deixa aqui a promessa de uma personagem mais atuante e questionadora.

Episodio 2x15 - Nota 9 2019-03-20 12:34:57

Arco 12, The Romans.

O grande marco desse arco foi a guinada, pouco sutil, da série a se abrir definitivamente ao humor. Se por vezes ainda causa um pouco de desconforto, como Nero perseguindo Barbara (o que é compreensível para a época, tanto do acontecimento histórico quanto da série), em outras parece ter encontrado o tom perfeito. O 1st de William Hartnell teve uma progressão primorosa e bastante crível para que esse lado do humor não parecesse forçado ou saído de lugar algum, mas sim que ele tenha amolecido com o tempo. Diria que, em um arco, a relação do Doctor com a Vicki já é melhor do que a que tinha com a Susan. No quesito relações, também, Ian e Barbara parecem cada vez mais próximos.

Para quem viu a série nova antes, curioso lembrar que o 10th conta para a Donna (The Fires of Pompeii) que ele não teve nada a ver com o incêndio.

Episodio 2x21 - Nota 8 2019-03-24 15:53:10

Mesmo antes de começar a assistir a Classic Who, a reputação do Arco 13, The Web Planet, já o precedia. Não posso dizer de que não fui avisado.

O primeiro episódio, que abre e denomina o arco, é até promissor. Imprime bem o senso de descoberta, com um boa caracterização de cenários e alguns mistérios instigantes, mas não demorou a tudo desmoronar. O roteiro é confuso, desnecessariamente cheio de elementos e os plots dão nós em si mesmos. Particularmente, apesar de ter me remetido imediatamente ao Sítio do Pica-Pau Amarelo (especialmente os Optera), eu gostei da criação de mundo. A caracterização, discurso e linguagem corporal dos Menoptra é bastante particular e funciona muito bem. A estranheza e as peculiaridades desse mundo teriam tudo para funcionar, não fosse o roteiro se esforçar tanto para ser revolucionário e acabar sendo sem sentido.

Para os personagens principais, o arco pouco acrescenta. Para Ian e Barbara, em nada. Para o Doctor, serviu para colocá-lo em uma posição de negociação, mostrando seu lado mais sagaz e enganador, além de mostrar novamente uma boa interação com Vicki, esta que acaba subaproveitada em Web Planet. Certamente é uma história que envelheceu mal e inevitavelmente pareceria boba nos padrões atuais, mas vejo alguns méritos que não foram aproveitados pelo excesso de ambição em fazer um épico. Quem sabe, não estivessem numa história melhor desenvolvida, os Menoptra não estivessem aí até hoje como os Daleks.


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Felipe Alves

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