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The Handmaid's Tale By Jô





Episodio 1x1 - Nota 9 2017-04-29 10:13:33

Vamos foder com essa trilha sonora final, sim, mon amour.
Simplesmente adorei a temática. O episódio teve uma introdução meio apática, tanto por ser a parte mais agitada do episódio, quanto por ter sido feita de uma maneira que não ficou tão natural. As cenas dela correndo com a filha pareciam que ela não saia do lugar. Faltou mais falta de controle ali, acho.
De resto, que primor, que sutileza e atuação da Elisabeth. Uma atriz fora dos padrões de beleza que consegue transmitir tanta veracidade na inverdade da personagem. Saudades da eterna Peggy! Rainha de Mad Men. Pronto para apreciar a Rainha de THT, June.

QUESTÕES DE GÊNERO: Adorei a forma como colocaram as mulheres em foco, ainda que elas aí sejam objetos, ferramentas de reprodução e mais nada.
QUESTÕES RELIGIOSAS: Fiquei curioso em saber mais dos fundamentos dessa organização que, pelo que aparenta, só funciona assim nos EUA e no Canadá, por exemplo, ou não existe ou é diferente.
QUESTÕES SOCIAIS: É bem contraditório as pessoas forçarem uma continuidade da reprodução humana arranjando a descendência de certas pessoas, as ditas merecedoras de terem seus genes passados de uma geração para outra.
Também quero saber para onde levam as crianças das mulheres que são convertidas em servas.
Ah, e muito bem a motivação da protagonista, apesar de familiar, é muito válida, é um daqueles pilares narrativos que a gente respeita. Então, mesmo não se rendendo psicologicamente a essa nova realidade, ela tem de se manter ordinária para sobreviver.

PS: Impressionante como a mulher montada, picotada é tão diferente da mulher liberta, não só das roupas, mas da conduta fabricada também.

Episodio 1x2 - Nota 9 2017-04-30 05:21:27

Mais um episódio de primor inegável. Desta vez, o apelo introduzido e corroborado pelos flashbacks não é nada inovador, mas incomum. É incrível como tantas produções usam a volta no tempo de maneira tão descartável, entanto nesse caso podemos ver a rima temática e narrativa entre o que acontece no presente e o que se sucedeu quando as águas começaram a ficar turvas no olhar da personagem. Ela só começou a ver a realidade sombria de sua sociedade quando se tornou mãe.
Mais uma vez, também, tivemos uma cena maravilhosa de representação da unidade das servas, como elas são treinadas a serem um corpo só de obediência e energia que gira em torno do nascimento de filhos de pessoas julgavas importantes o suficiente para terem filhos nesse contexto tão hostil.
O que mais me anima na série é, mesmo sendo toda intimista e narrada e nem ficada no que a protagonista está pensando no momento, ela possui uma imensidão de questões que podem ser respondidas em possíveis futuras temporadas. Como, por exemplo, como a sociedade chegou a esse ponto? Quem são as pessoas que têm filhos ainda? Qual é a proporção desse modelo de natalidade no mundo? Gente... Terminando a temporada vou ler a obra que inspirou, sim!

Episodio 1x2 - Nota 9 2017-04-30 05:23:48

O episódio do carro não foi a primeira que tiraram a filha dela do seu lado.

Episodio 1x3 - Nota 9.5 2017-04-30 08:18:03

A reflexões que essa série desperta em mim não são poucas nem rasas, principalmente pelo fato de eu ser gay e ateu. Não é tão incrível essa realidade que a produção retrata, considerando o passado sangrento que temos em nome de Deus e a atualidade recheada, ainda, de intolerância. Ver uma ditadura machista assim, onde tudo é posto como vontade divina e a violência é justificada com palavras de fanatismo e irracionalidade é mais do que arrepiante.
E eu amo tanto o fato de não se ter soluções fáceis. Na hora que a prisioneira começou a tocar o pênis do captor, eu senti um embrulho no estômago. E aí quando a Offred contou que menstruou, a senhora mudou completamente a conduta. Gente, isso tudo é construído socialmente, e a religião sendo um pilar tão forte da sociedade, fico com medo com a compatibilidade entre o que a série mostra e o que vemos diariamente nas manchetes.
Que nojo daquela sala toda branca, dessa tentativa de forçar uma pureza no ser humano que não é dele, nunca foi. Que nojo desses dizeres, dessas correntes verbais que diminuem a pessoa a um órgão reprodutor. O ser humano é tão mais complicado do que nascer, multiplicar e morrer.
Gente, se essa série não puser o Hulu no radar, não sei o que vai colocar.
P.S.: Todo fim de episódio um show de trilha sonora. Todo o episódio tem um apelo lindo sonoramente, mas quando terminamos de assistir e paramos para absorver, ou tentar, ficamos com essa última faixa na cabeça. Cadê a playlist no Spotify?

Episodio 1x3 - Nota 9.5 2017-04-30 08:20:43

Será que eles não fazem testes nos homens também?

Episodio 1x3 - Nota 9.5 2017-04-30 08:24:05

MEU DEUS VAMOS DIVULGAR ESSA SÉRIE!!!

Episodio 1x3 - Nota 9.5 2017-04-30 08:28:55

As mulheres perdendo os direitos, incluindo independência financeira, com o emprego e a conta bancária. O mais absurdo é vermos como essa é uma possibilidade, sim, e como ainda hoje tem tanto sexismo na sociedade. Me deu uma agonia durante os flashbacks, o uso da violência daquele jeito...
Outra coisa interessante é ela assumir que não tinha aberto os olhos antes, e isso é bem verdade, porque, tirando pela realidade política do Brasil, muita gente nem sabia quem era o vice da Dilma, por exemplo, votaram nela apenas porque Lula indicou.

Episodio 1x4 - Nota 8.5 2017-05-07 17:47:29

Que mundo é esse em que UM momento SUPORTÁVEL é digno de uma trilha sonora esperançosa dessa? É bem verdade que ela foi audaciosa e inteligente em se aproveitar do receio do Fred de ela se suicidar como a antiga Offred, mas também é lamentável que ela encontrou um jeito de livrar-se de uma camada do cativeiro na morte trágica de uma que ocupou seu espaço e não teve a mesma oportunidade. Lindo é ver como ela não é a única a nutrir esses pensamentos próprios, que mesmo submissas, elas são porque querem sobreviver, porque têm algo mais forte do que a desistência. Para algumas, como a antiga Offred, mesmo sem saber qual é a história dela, não há laço entre mãe e filha que a faça persistir, que a traga vontade de não se deixar absorver por aquela atmosfera extremamente controlada e censurada. Mesmo os casos de fertilidade do otimismo extraordinário sendo raros, é da tristeza que se tira motivação, sim! Não adianta apenas chorar e lamentar e se espelhar no que deu errado, se os dias são outros, as condições também são. Sei que é difícil, para muita gente, inclusive para mim, às vezes, acreditar em si mesmo, mas é uma necessidade, uma rota alternativa na qual não podemos deixar de tentar acreditar. Às vezes, um voto de autoconfiança avulso, um grito de uma aposta arriscada, uma demonstração de futuro feliz é a única coisa que precisamos para prosseguir.
P.S.: A cena do consultório me deixou deveras desconfortável, tanto pelo excesso de branquidão, pela ironia disso, quanto por aquele véu entre o médico e a paciente.
P.S. 2: Ainda quero saber o porquê de os homens serem simplesmente considerados incapazes de serem estéreis. Me parece algo muito absurdo, mais absurdo do que o “normal” nessa realidade da série, em relação à fé e ao machismo confiar que sempre será “culpa” das mulheres o não acontecimento da gravidez. Eu hein, faltou pensamento pragmático aí. O fanatismo vem da ignorância, mas aí já foi demais, né?
P.S. 3: Adoro o fato de termos três momentos temporais para serem explorados, e que o mais antigo, o mais feliz, é justamente o mais curtamente pincelado, só para doer mais ainda, só para ficar mais distante, mais impossível de se recuperar. Também aprecio o fato de que os três momentos representam partes diferentes da configuração mental da personagem. No anterior, quando elas estavam na manifestação, o primeiro começou a se mesclar com o segundo período, mas nesse ouve um retrocesso, voltamos para um instante bem feliz, porque o presente estava bem sombrio.
P.S. 4: O que foi aquela fuga, aquele ato de abnegação? Gente, que negócio tocante! Nem precisou de palavras...
P.S. 5: Para não dizer que eu não vi defeito nesse episódio: Achei os primeiros 20 minutos meio mais ou mais. Também foi clichê a cena introdutória do consultório, com o cara chamando ela uma primeira vez, sob o efeito sonoro emulador da emoção do local, e ela só ouvindo da segunda vez, quando o som é normalizado.
P.S. 6: Para não terminar em um tom ruim, quero destacar o primor dos detalhes, com as fotos, na parede da clínica, das famílias com “seus” bebês, que supostamente nasceram ou que as servas, enquanto grávidas, foram tratadas ali, na clínica.

Episodio 1x4 - Nota 8.5 2017-05-07 17:50:31

Acho que no Canadá, por exemplo, não há esse regime. Porque o Fred fala que ela fugiu e atravessou a fronteira (em um outro episódio elas se referem explicitamente à fronteira cobiçada como sendo a com o Canadá).
Ah, e parece que na Europa, de um certo modo generalizada com o termo "The Euro(s)" também não tem, porque como a Serena diz, lá ainda não cederam.

Episodio 1x4 - Nota 8.5 2017-05-07 17:52:48

Já disse, mas vou repetir, essa série é tão rica para ter 1000 temporadas que fica até doendo a cabeça aqui. Gente, o tanto de questão que dá para abordar, mas acho que é melhor ficar intimista mesmo. Não sei se seria interessante acompanharmos outra protagonista.

Episodio 1x4 - Nota 8.5 2017-05-07 17:53:43

Ah, lá vou eu pra o terceiro comentário do mesmo episódio: E aquela sequência dela saindo na chuva? AAAAAAAA que filmagem linda, que saturação perfeita, eu morro com a maciez das imagens.Sem contar que essa cena final foi para explodir cabeças de tanta satisfação em empoderamento.

Episodio 1x5 - Nota 8.5 2017-05-12 19:41:29

Pelo que parece, vamos ficar íntimos até o fim, e isso tem suas forças e fraquezas.
A carga de tensão e drama que a Moss entrega apenas com o olhar é muito instigante, principalmente porque os outros atores também sabem se comportar de acordo com o que a série a cena pedem, trazendo toda uma frieza e uma calmaria assustadora para diálogos que têm tudo para serem tediosos, mas passam longe disso, pois são extremamente carregados com significados que podemos apontar nos dias atuais.
Não curti a utilização da Ofglen, agora Ofsteve, porque foi um tanto mais do mesmo, sem a profundidade emotiva necessária além daquele momento do carro. E aquela cena só funcionou a partir do momento que o verbo dirigir foi utilizado em correlação ao pronome feminino na voz ativa. Aquela explosão de independência foi linda demais, principalmente porque mulher no voltante também é preconceito, e é símbolo de força, de falta de necessidade de ter alguém que a leve de um lado para o outro, porque ela consegue se levar. E ali, mesmo apenas dirigindo em círculos, ela estava a fazer algo fora das regras lhe impostas, e isso já era mais do que suficiente para aquele instante.

Episodio 1x5 - Nota 8.5 2017-05-12 19:47:38

Falando da cena final, de sexo: Foi de uma sensibilidade notável a forma como filmaram partes específicas do toque. É nessa cena que podemos comparar a tal cerimônia e o ato sexual livre de rédeas opressoras. Enquanto em um podemos ver uma mulher completamente submissa e o homem em busca apenas de reproduzir o seu material genético, no outro temos dois corpos, em pleno desejo, se conectando de maneira tão única quanto a outra, só que aqui o prazer não é um detalhe, é algo mais do que óbvio e consequente, é algo que se tem a partir do momento que o olhar não é um assistente, mas uma fibra, uma das fibras do evento.
Fico pensando em como parecidas são as cenas da cerimônia com o que minha bisavó fala que eram as noites de sexo no tempo dela: O homem não beijava, nem fazia carinho na mulher. Ela nunca teve um orgasmo com ele, nunca ousou dizer que estava indisposta, nunca foi nada além de um máquina de satisfação carnal ambulante. E na mentalidade passada para as mulheres daquela época, que ainda respinga na visão machista do casamento e das relações monogâmicas ainda hoje, ser assim é sinônimo de ser uma mulher digna da companhia de um homem. Triste série, triste realidade. Ótima série, péssima realidade.

Episodio 1x6 - Nota 9.5 2017-05-18 21:06:40

O lugar de uma mulher... Será que é onde ela quiser e onde ela for capaz de estar? Será que deve ser além das suas capacidades fisiológicas? Será que o lugar da mulher é o mesmo lugar do homem, isto é, lugar qualquer? Será que a mulher é como o homem, é ser humano? Será que a mulher não é coisa que subjugamos, quase tanto como os animais que dizemos irracionais? Será que justiça não é mais importante do que o bem-estar mais fácil de ser atingido? Será que uma coisa é certa apenas porque nos acostumamos com ela? Será que o progresso da raça humana é o progresso da humanidade?
THT traz, em mais um episódio fortíssimo, tanta dor e representatividade que chega a ser quase impossível assistir ao episódio ser pausar e dar umas olhadas para o teto em reflexões que vêm lá de dentro e podem ser ouvidas em discursos velados no escritório, nas colocações religiosas hipócritas, nas entrevistas de emprego ultra parciais, no ônibus lotado, nas esquinas... A mulher é tão bombardeada, tão desejada como um objeto de prazer masculino, tão posta como alguém que só presta se for monocromática em suas atitudes e palavras, tão diminuída ao nível de que sua existência é apenas para procriar e servir ao sexo dito forte, predominante, relevante, digno de inteligência e poder, de voz independente, de ser a imagem do criador.
Dó vê-las, além de tudo, instrumentos de limpeza de um extermínio do qual elas só escaparam, naquele nível, porque têm seus ventres frutíferos, ainda, porque são portas que o Senhor deixou abertas para que os homens, com o controle nas mãos novamente, comandando a vida unilateral das mulheres, conseguissem salvar a raça humana. Que salvação é essa, gente?
Mesmo com uma mulher fértil no centro, a série não deixa de abrir espaço para vermos como a senhora é, como a Janine, já um membro inerte desse sistema, que fez das barbaridades normalidade e agora só quer fazer a sua parte, dormente em relação à realidade fabricada que ascende ao seu redor. Só não gostei de como explicaram mal esse apoio de uma mulher feminista, escritora de livro sobre “feminismo doméstico”, que chegou a ser presa a um movimento terrorista que veio de dentro do próprio país e tomou todos os direitos das mulheres e de várias outras pessoas. Fora isso, adorei o episódio.
É incrível como naquela comemoração os reflexos da atualidade continuaram fortes. Fico puto em alguns eventos, nos quais as pessoas se comportam de maneira homogênea assustadora, como se todo mundo tivesse que reagir às coisas da mesma maneira. A gente fala no mesmo tom de voz, ri das piadas sem graça e não fala nada quando alguém importante faz um comentário de péssimo gosto. Minha tia uma vez foi basicamente assediada e meu tio não a defendeu de nenhuma maneira durante a formatura da prima. A famigerada etiqueta é para gente culta, e o povo culto é tão alheio ao resto da sociedade que se acha imune aos problemas que a circundam. É claro que a solução é esse regime totalitária baseada nessa moral antiquada, sexista, terrorista, exploratória do caralho aí, não. Mas só de pensar que muita gente apoiaria essa causa, até mesmo “apenas” através da omissão...

P.S.: Tiraram realmente o ar dos pulmões das mulheres, e a Offred foi lembrada naquela cena da biblioteca/escritório de que ela é apenas um elemento de entretenimento do comandante.... Gente... a mulher pensou em usar a única arma que ela tem acesso, o seu corpo, e aí foi metaforicamente, ainda mais do que já é física e psicologicamente, tratada como um corpo qualquer.

Episodio 1x6 - Nota 9.5 2017-05-18 21:09:52

Esse sangue descendo escada abaixo... Esse comentário sobre como o muro parece estranho sem ter os corpos pendurados... Lembro de como ontem foi dia mundial da luta contra a homofobia, e de como toda morte de LGBT é vista apenas como mais uma, assim como de mulher morta por ex namorado ou por marido mesmo. Normalizamos as coisas mais absurdas, THT toca nas feridas que mais ignoramos.

Episodio 1x7 - Nota 9 2017-05-27 20:25:21

Em um episódio totalmente diferente dos demais em questão de tom e protagonismo, vemos mais tijolos sendo colocados na composição desse mundo distorcido em tantas maneiras pelo progresso do regresso. A distorção da narrativa central é corroborada pela volta à primeira sequência da série, e depois a momentos ainda anteriores, ainda não abordados até então, porque uma porta só é eficientemente aberta quando a chave é digna de ser reconhecida. A revelação de que o marido da June está vivo, mesmo não coincidindo factualmente com a realidade dele (o homem que veio com a mexicana disse que conhecia o Luke, mas aquela era a primeira vez que o Luke entrava naquele prédio para uma reunião que conseguiu agendar [ele até agradece pela oportunidade]), e não precisa coincidir, porque o primor não está nesses detalhes, mas sim em como esse episódio fez o que tantas produções, inclusive de grande escala cinematográfica não obtêm: constituir um homem que é real, que sofre com o machismo e que, acima do que o preconceito contamina, sim, é heterossexual, não, não é abusivo, não maltrata a mulher, não a subjuga, inclusive, a ensina a usar uma arma de fogo assim que ela o pede, porque não há barreira quando a igualdade é a veia do amor, quando a desigualdade nem é uma ameaça, quando o homem é incomum, sensível, humano, quando não segue os padrões de masculinidade ditados pela sociedade.
Eu realmente adorei ver todo esse envolvimento proporcionado no ponto de vista do Luke. Só vimos a June no fim, em uma função bem clichê, mas também muito significativa, falando e sentindo as palavras do recado que é um sopro de vida, pra ambos, no meio dos furacões pelos quais eles passaram.
Aprender mais um pouco sobre a ascensão desse regime totalitarista pela lente peregrina, frustrada, solitária e ferida de alguém que até então era apenas o marido da protagonista foi refrescante por mais da conta, principalmente porque esse não foi um episódio feito menos criativamente do que os outros, porque o zelo se manteve imperdível e porque pudemos ver um tipo de vulnerabilidade tão crível em menos de uma hora de episódio enquanto muitas vezes desistimos de certas séries porque os personagens simplesmente não saem da sua superfície. Os flashbacks dentro dos flashbacks deram ainda mais força para que a visão nossa dele e a dele da situação de merda na qual foi jogado fosse ainda mais solidificada com experiências que meio que refletem nas da June, isto é, memórias em família, presente em solidão.
As noites escuras ao extremo, o barco da fuga como o único ponto de luz, assim como a luz dentro do ônibus no rosto dele representando a única luz na vida dele, a luz que ficava cada vez mais longe, sua filha e sua esposa. Os dias tão unilaterais, encharcados com esse filtro nada discreto esverdeado, tirando os detalhes e as nuances das coisas, deixando a natureza e as pessoas irreais, simplórias no aspecto mais pejorativo da palavra. A fotografia representa bem como o mundo mudou. Toronto, ali, por exemplo, teve todo uns saltos de cores, assim como quando eles chegaram na cabana. A luz do sol da manhã sobre o rosto da menina fazendo panquecas era tão exorbitante que em momentos tomou de conta de tela...
Por fim, acho super importante darmos o devido tempo para as cargas dramáticas serem constituídas, e nesse episódio não foi diferente. Não adianta mostrar uma coisa se ela não for significativa tanto para a série como produto geral quanto para o personagem como parte dessa história. Afinal, apesar de Handmaid estar no título, nem só delas esse universo é feito. Tem as gays, as mulheres que não são férteis, as pessoas que simplesmente não concordam com o que se tornou, forçadamente, sob chuva de balas, padrão. Às vezes, como nesse episódio, para darmos atenção a essas outras partes, precisamos fazer divagações bem acentuadas, mais do que o usual.

Episodio 1x9 - Nota 9 2017-06-08 05:59:29

Retornarmos, mais ou menos, ao ambiente corriqueiro e esse retorno veio com uma perda e um progresso e tanto na narrativa. Offred espiã não é apenas alguém que faz algo porque não se aguenta ficar fazendo nada, mas uma amiga de antes e de depois da dominação que salva a alma de uma de guerreira e da outra de mãe.
Infelizmente, sabemos que não é tão simples quando roubar um carro ou se jogar de uma ponte, há complicações que trazem muito a série para a realidade, principalmente quando pensamos em como coisas absurdas existem ainda hoje, em pleno século XXI, e o quanto a resolução desses símbolos de opressão não é tão simples quanto o seu reconhecimento. Depende tanto de quem está no poder, de quem sempre teve a faca e o queijo na mão, de quem não quer dividir espaço, de quem acha que felicidade é sentimento superestimado, de quem nutre noções simplistas da vida. Preto no branco, branco no vermelho, vermelho no sangue, sangue na cova. Viver é isso para tanta gente que muita gente acha que é o único viver que há para toda gente que não está no topo.
Mulheres que também têm suas boates, conversas, fofocas, doses de álcool. Se entorpecem em afazeres preparatórios para o seu papel mais enaltecido, a maternidade. Mas isso é perigoso, pois oportunidade de não olharem para si mesmas é uma oportunidade de darem o seu melhor para a comunidade. Quando elas se deixam escapar por entre os goles e as exaltações completamente compreensíveis, sua humanidade se mostra viva ainda, apenas coberta por essas roupas de tonalidades iguais. E aí nos surpreendemos, porque há distorção narrativa, desconforto, inexatidão, imprevisibilidade. Tudo porque ser verdadeiro é, muitas vezes, não ser capaz nem mesmo de identificar as raízes de suas próprias ações.
Em Handmaid’s o problema não é apontar de onde as atitudes vêm, mas como as pessoas se anestesiam tanto a ponto de só explodirem raramente, em momentos que não precisam ser apoteóticos para serem pertinentes, em explosões que não precisam ser barulhentas para serem notadas. As sutilezas tornam a narrativa mais bela, lapida o apreço do espectador.


Episodio 1x10 - Nota 9.5 2017-07-01 19:19:34

Com estética de encher os olhos e apertar o coração, sequências amplas e usos formidáveis de câmera lenta, jamais errando a dose de sarcasmo e ironia na trilha sonora, The Handmaid’s Tale concebeu uma temporada estreante que tem a coerência e a coragem como seus maiores atributos. Não é à toa que a autora do romance que inspira o seriado é consultora criativa e participa ativamente inclusive das gravações. O primor vem do zelo, da atenção que se dá a uma causa tão crucial em ser contada atualmente, com as barreiras menos sólidas das séries distribuídas via Internet e o crescimento de uma juventude consumidora de cultura pop que não hesita na hora de apontar o que é atrasado e retrógrado nela. Produções como essa não são cruciais apenas como fonte de reflexão, mas como lembrete de que há muito a ser feito e de que até as pequenas grandiosidades como uma frase motivadora escrita, escondida no interior de um closet podem significar o sopro de esperança do qual um aprisionado precisa para resistir mais um pouco, mais um pouco, até nunca mais cogitar a desistência.

Episodio 2x1 - Nota 9 2018-04-12 12:29:46

Impactado com esse poster, ou seja, cada vez menos preparado para o tombo que vou levar.
Vem, atuações, direção, trilha sonora, ambientação!

Episodio 2x1 - Nota 9 2018-04-27 20:46:44

Eu já estava pegando a analogia de compará-las a um rebanho, não só porque tem toda essa questão na bíblia, de haver um pastor e quem o siga, mas ali ninguém estava seguindo, mas sendo coagido, como as ovelhas são levadas para o matadouro. Quando aquela parte das madeiras apareceu, e elas ficaram ainda mais em posição de prisioneiras, a minha acepção se concretizou ainda mais e o arrepio subiu rapidinho, né?

Eu achei a série um tanto menos sutil do que antes, ou até um tanto menos poética e mais óbvia em suas colocações, mas isso não tira o valor de outros momentos, nem o teor de coerência da atuação da Elizabeth.

Episodio 2x2 - Nota 9.5 2018-04-28 22:48:36

Emily e sua maior aparição me deixam ainda mais feliz com o retorno da série. Uma expansão digna e bem executada, que só peca na questão do presente, em simplificar a atitude dela em relação à mulher que chegou na colônia.

Episodio 2x3 - Nota 9 2018-05-06 19:09:43

Velho, que coisa de partir o coração... Mesmo depois de tantos sacrifícios e de se arriscar tanto, ela volta para a estaca 0. Muitas vezes eu acho que a vida é assim para quem tenta se livrar das amarras da sociedade.

Episodio 2x4 - Nota 9 2018-05-12 21:06:37

Ela no centro da decomposição de duas famílias, ela desafiando a tia Lydia e sempre sendo derrubada de volta, ela sozinha mais do que nunca...

Episodio 2x6 - Nota 9 2018-05-28 05:48:36

Quando você pensa que a personagem não pode ficar numa situação mais desconfortável, acontece isso...

Episodio 2x6 - Nota 9 2018-05-28 23:52:16

Tombo total com esse episódio.
Sinto essa temporada bem mais eventuosa, só que num nível menos profundo do que na primeira.

Episodio 2x7 - Nota 10 2018-05-31 17:41:46

E da-lhe felicidade em mim toda vez que temos qualquer expansão do universo, até porque o intimismo com a June é ótimo, mas ter uma noção do impacto da realidade na vida dos outros é tão eficaz quanto.
Fico boquiaberto com a direção, o cuidado em não romantizar nada ainda que haja deslize em algumas questões de verossimilhança em prol da licença poética e da recompensa ao espectador por abraçar todo o sofrimento nu e cru que antecede momentos como a epifania do mercado e dos nomes de cada uma.
Esse fim me deixou extremamente feliz, até por ser uma das expressões mais apoteóticas da série, que é mestra em ser sutil. Acho que é bem coisa para fã mesmo, e que não vai além daquele momento, ou vai?

Episodio 2x8 - Nota 8.5 2018-06-11 09:38:46

Não estou entendo essa submissão da Tia Lydia à Offred... Cansou de fingir que pode controlá-la, foi? A handmaid praticamente passa por cima de ordens e e restrições e nem pisca na hora de dizer "I know"

Episodio 2x8 - Nota 8.5 2018-06-12 19:28:52

Eita, é mesmo... Esposa é mais do que Tia

Episodio 2x9 - Nota 9 2018-06-23 19:18:03

É impressionante como na era da informação, com internet e tudo, o governo ainda ia fazer acordos com o Fred... quero crer que era mais safadeza do que ingenuidade.

Serena com os olhos brilhando ao chegar no Canadá, gente, isso é o que eu precisava para terminar minha semana com uma nota bem positiva.

Toda vez que a série termina com a June fazendo cara de revoltada para a câmera: eita, porra, lá vem a rainha!

P.S.: Que bicha precavida, arranjos duas madrinhas para a filha que nem nasceu.

Episodio 2x10 - Nota 9 2018-06-23 19:37:34

Serena colocando a mão na barriga, vestida como a June e fingindo parto é a definição da vergonha passada no débito com direito a nota fiscal impressa em placa de titânio.

Episodio 2x10 - Nota 9 2018-06-23 20:24:38

A cerimônia da Emily partiu meu coração, e a da June mandou os pedaços pro espaço. Quase não consegui assistir direito, velho...


Episodio 2x11 - Nota 8.5 2018-06-28 22:36:49

Achei um tanto difícil de me sentir imerso, até porque o ritmo do episódio e o roteiro não me cativaram em momento algum.

Episodio 2x12 - Nota 8 2018-07-05 22:48:40

Nossa, como a série derrapou nesse episódio, viu? Nunca vi resolução mais preguiçosa do que essa de voltar todo mundo ao normal e até o Nick sem nenhuma explicação minimamente lapidada.

A inconsistência das atitudes também está me irritando. Serena dá piti, depois deixa a outra amamentar...
Nick e June toda ora se falando e ninguém diz nada, ata. Nem precisam fugir, né... Se fizerem um sexo na mesa da cozinha ninguém diz nada.

Episodio 2x12 - Nota 8 2018-07-05 22:49:20

Sei que é para sentir empatia pela personagem, gente... Mas ver a Serena dando o peito seco pra menina foi mais um episódio da vergonha alheia executada com êxito.

Episodio 2x13 - Nota 10 2018-07-11 21:22:53

Ao deixar a Holly ir, Serena, uma mãezona da porra, enfim.

Episodio 2x13 - Nota 10 2018-07-11 21:29:59

ESSE EPISÓDIO ESSE EPISÓDIO ESSE EPISÓDIO!
Verás que a filha tua não foge a luta.
Que coisa linda ela não ir.

Só vem minha Serena mais mente aberta.
Só vem minha June botando para foder esbofetando o Fred.

Episodio 3x1 - Nota 8 2019-06-06 22:05:42

Nossa, hein... a sutileza vai escorrendo pelo ralo a cada temporada... Eu tô sem crer que quem dirigiu esse episódio precisou mesmo fazer uns planos óbvios e uns contemplações debochadas. Esse incêndio todo apoteótico, o a Emily e a menina no rio, o close na cara da Serena e a expressão da atriz... Putz, eu esperei tanto para isso? Realmente, primeira temporada pisa sem piedade.

Episodio 3x4 - Nota 9.5 2019-06-20 22:01:16

ora ora, se a June finalmente se impôs!

olha, Brito, essa teocracia já deixou cair a máscara que hipocrisia faz tempo né? Handmaid faz quase o que bem quer e o povo tá cagando! já quero o fim da série um regime misândrico

Episodio 3x5 - Nota 9 2019-06-20 23:00:20

Serena, bicha, eu vou te matar!!!
P.S.: Coisa mais preguiçosa da direção/roteiro: esse olhar da Elizabeth super forçado e prolongado que, toda vez que é usado, perde mais o valor narrativo que um dia teve.

Episodio 3x5 - Nota 9 2019-07-19 14:01:35

venho do episódio 9 e digo: ainda estão usando kkkkkkkkkkk

Episodio 3x6 - Nota 9 2019-06-27 21:51:25

Washington o ápice do chorume, meu pai... Fico imaginando regiões que hoje em dia já são conservadoras, como devem ter ficado...

June o que tem de corajosa tem de raivosa. Adoro.

Essa reviravolta do Nick tiraram da bunda para fazer a personagem principal perder as esperanças? Gente... agora só tem um homem que presta nesta série. Luke, não me decepcione.

Episodio 3x7 - Nota 8 2019-07-03 21:05:28

poxa, THT, cadê o que tu me prometeu nessa temporada? cadê a resistência, bicha? sério que vão resumir a série a nunca haver progresso? está se tornando uma experiência enfadonha e, sinceramente, nada inventiva assistir à série, e esse episódio representou bem o quão morna a temporada tem sido

Episodio 3x9 - Nota 8 2019-07-17 22:07:54

é pra fingir??? esperar um ano para desperdiçarem tempo num hospital, arrastando plot...
amada???

Episodio 3x9 - Nota 8 2019-07-17 22:10:18

todo episódio a direção se escorando no olhar da Elizabeth, os roteiristas entregando uma temporada morna e pouco evolutiva... poxa, primeira temporada, você deveria ter sido a única, não é mesmo?

Episodio 3x12 - Nota 8.5 2019-08-07 13:56:35

mas é claro que tinha que ter o olhinho pra câmera no fim rsrs


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